"Há 31 530 000 segundos num ano. Mil milissegundos num segundo. Mil
milhões de nanosegundos. E a única constante que liga nanossegundos a
anos é a mudança.
No Universo, do átomo à Galáxia existe um estado de fluxo permanente,
mas os humanos não gostam de mudança. Lutamos contra ela,
resistimos-lhe, assusta-nos.
Então criamos a ilusão de estabilidade. Queremos acreditar num mundo imutável, num mundo do presente.
No entanto, o nosso grande paradoxo mantém-se o mesmo: logo que apreciamos o presente, esse presente desaparece.
Arragarramo-nos a vislumbres mas a vida são imagens em movimento. Cada nanossegundo é diferente do anterior.
O tempo força-nos a crescer... a adaptar-nos, porque sempre que piscarmos os olhos, o mundo move-se debaixo dos nosso pés.
Em cada dia, a cada momento e a cada nanossegundo, o mundo muda-nos. Os
electrões colidem e reagem. As pessoas colidem e alteram o caminho umas
das outras.
Mudar não é fácil. Normalmente é doloroso e difícil. Mas talvez isso
seja positivo porque é a mudança que nos fortalece, nos mantém
resilientes e nos ensina a evoluir."
(da série "touch")
[fotografias: sonja valentina]
[recolhidas no teatro de sombras "à distância | linha do horizonte"]